segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Malaria



A malária é causada por protozoários do gênero Plasmodium, como o Plasmodium vivax, Plasmodium falciparum, Plasmodium malariae e Plasmodium ovale: os dois primeiros ocorrem em nosso país e são mais frequentes na região amazônica.

Essa doença, conhecida também pelos nomes impaludismo, febre palustre, maleita e sezão, tem como vetor fêmeas de alguns mosquitos do gênero Anopheles. Estas, mais ativas ao entardecer, podem transmitir a doença para indivíduos da nossa espécie, uma vez que liberam os parasitas no momento da picada, em sua saliva. Transfusão de sangue sem os devidos critérios de biossegurança, seringas infectadas e mães grávidas adoecidas são outras formas em que há a possibilidade de contágio.

No homem, os esporozoítos infectantes se direcionam até o fígado, dando início a um ciclo que dura, aproximadamente, seis dias para P. falciparum, oito dias para a P. vivax e 12 a 15 dias para a P. malariae, reproduzindo-se assexuadamente até rebentarem as células deste local (no mosquito, a reprodução destes protozoários é sexuada). Após esses eventos, espalham-se pela corrente sanguínea e invadem hemácias, até essas terem o mesmo fim, causando anemia no indivíduo.

Febre alta, sudorese e calafrios, palidez, cansaço, falta de apetite e dores na cabeça e em outras regiões do corpo são os principais sintomas, que podem se manifestar a cada 48 horas, caso a infecção tenha sido causada pelo P. falciparum ou pelo P. vivax; e a cada 72 horas quando o agente causador é o P. malarie (febre quartã). Essa primeira espécie pode, ainda, afetar vários órgãos e sistemas do corpo, como o sistema nervoso e aparelho respiratório.

Para confirmar a presença do parasita no sangue, a análise é feita por meio de uma pequena amostra, geralmente retirada da ponta do dedo do paciente (teste de gota espessa). O tratamento é feito com o uso de fármacos orais e deve ser iniciado o mais rapidamente possível, para evitar complicações como anemia, icterícia e mau funcionamento dos órgãos vitais, além dos riscos que um indivíduo acometido pelo P. falciparum pode estar sujeito.

A prevenção consiste em evitar picadas do mosquito, fazendo o uso de repelentes, calças e camisas de manga longa, principalmente no período de fim da tarde e início da noite. Evitar o acúmulo de água parada a fim de impedir a ovoposição e nascimento de novos mosquitos é outra forma de evitar a malária.
 
O MINISTÉRIO DA SAÚDE ADVERTE:
A automedicação pode ter efeitos indesejados e imprevistos, pois o remédio errado não só não cura como pode piorar a saúde.

Ameba

Ameba

  As amebas são protozoários pertencentes ao Filo Sarcomastigophora e ao sub-filo Sarcodina. Como os outros sarcodinos, uma das principais características das amebas são seus pseudópodos, extensões do corpo relacionados à movimentação e à obtenção de alimento. Os pseudópodos formam-se a partir de uma movimentação do fluido interno da célula, o endoplasma, que origina uma projeção na célula. Em dado momento, o ectoplasma que envolve tal projeção adquire uma consistência gelatinosa, não mais líquida, e assim, constitui-se o pseudópode. As amebas, freqüentemente chamadas de rizópodes, são protozoários bastante familiares aos leigos, e distinguem-se dos outros sarcodinos por não apresentarem em nenhuma fase de seu desenvolvimento flagelos. São encontradas nos vários ambientes aquáticos e no solo, ou outros ambientes úmidos.

Sua forma pode ser bastante variável, e muitas vezes indeterminada, já que seu corpo gelatinoso assume formas diversas, em alguns casos. Várias espécies de ameba de
água doce, de solos úmidos ou de musgos, possuem carapaças, sendo denominadas de tecamebas. A carapaça é às vezes secretada pelo citoplasma, constituindo uma cobertura de sílica ou quitina, mas também pode ser composta por materiais estranhos em suspensão no ambiente, os quais ficam unidos por uma matriz produzida pelo organismo. Em geral, as amebas alimentam-se de bactérias, diatomáceas, algas, rotíferos e outros protozoários, porém há espécies parasitas. O alimento é capturado por fagocitose a partir da emissão de pseudópodes que o circundam. No caso das tecamebas os pseudópodes saem através de grande aberturas em uma das extremidades da carapaça. Entre as amebas parasitas pode-se citar a Entamoeba histolytica que, espalhando-se através de alimentos e água contaminados, provoca a disenteria nos seres humanos. Em nenhuma espécie de amebas ocorre a produção de gametas. A reprodução é assexuada, por divisão celular mitótica

A ameba é um animal unicelular, ou seja, é composto por apenas uma única célula. Em função do seu tamanho, em média 0,2 milímetro, é observável apenas com a ajuda de microscópio. É classificado como protozoário é sua vida remonta o período de origem do nosso planeta. 
Características Principais 
As amebas vivem em meio aquático (lagos, poças de água, riachos), terrestre e até mesmo no organismo de outros seres vivos como, por exemplo, o homem. Neste último caso pode provocar doenças perigosas como, por exemplo, a amebíase. Grande parte das doenças causadas por amebas são provocadas pela ingestão de água contaminada ou alimentos preparados sem as devidas condições de higiene.

O corpo da ameba não possui uma forma definida, sendo que o corpo é quase totalmente formado por uma substância gelatinosa (protoplasma). No interior do protoplasma podemos encontrar o núcleo.

A ameba alimenta-se por um sistema chamado de fagocitose. Ela utiliza os pseudópodes (falsos pés) para envolver o alimento. Esses pseudópodes se fecham e o alimento é digerido numa bolsa que fica no interior da ameba.

Um outro recurso interessante que as amebas utilizam é a transformação em cistos. Quando o meio em que ela vive é desfavorável (local seco ou sem alimentos), ela se transforma num cisto. Nesta forma pode viver muito tempo. Quando encontra-se em meio líquido novamente este cisto se rompe aparecendo a ameba novamente.


Curiosidade : É através dos pseudópodes que as amebas conseguem se locomover

A amebíase é uma infecção do intestino grosso causada pela Entamoeba histolytica, um parasita unicelular.
A Entamoeba histolytica existe sob duas formas durante o seu ciclo de vida: o parasita ativo (trofozoíto) e o parasita inativo (quisto).
Os trofozoítos vivem entre o conteúdo intestinal e alimentam-se de bactérias ou então da parede do intestino.
Quando a infecção se inicia, os trofozoítos podem causar diarreia, o que faz com que saiam para fora do corpo. Uma vez fora, os frágeis trofozoítos morrem.
Quando o doente não tem diarreia, costumam converter-se em quistos antes de abandonarem o intestino.
Os quistos são muito resistentes e podem disseminar-se quer diretamente de pessoa a pessoa, quer indiretamente através dos alimentos ou da água.
A transmissão direta ocorre através do contato com fezes infectadas.
É mais provável que a amebíase se propague entre os que vivem em asilos e têm uma higiene inapropriada do que entre aqueles que não vivem desse modo; também se torna mais provável o seu contágio por contato sexual, particularmente entre homossexuais masculinos, do que por um contato eventual ou fortuito.
A transmissão indireta dos quistos é mais frequente nas zonas com más condições sanitárias, como os campos de trabalho não permanentes.
As frutas e verduras podem contaminar-se quando crescem em terra fertilizada com adubo humano, são lavadas com água contaminada ou são preparadas por alguém que está infectado.

Amebíase

Além das úlceras no cólon, as amebas podem causar abcessos em diferentes órgãos, dos quais o mais frequentemente afetado é o fígado.
Amebíase

Sintomas

Geralmente os infectados, em particular os que vivem em climas temperados, não apresentam sintomas. Em certos casos, os sintomas são tão ligeiros que quase passam despercebidos.
Podem consistir em diarreia e obstipação intermitentes, numa maior quantidade de gás (flatulência) e dores abdominais. O abdómen pode ser doloroso ao tato e é possível que as fezes contenham muco e sangue.
Pode haver escassa febre. Entre um ataque e outro, os sintomas diminuem até se limitarem a algias recorrentes e fezes líquidas ou muito moles. O emagrecimento (emaciação) e a anemia são muito frequentes.
Quando os trofozoítos invadem a parede intestinal, é possível que se forme um grande volume na mesma (ameboma) que pode obstruir o intestino e ser confundido com um cancro.
Por vezes, os trofozoítos originam uma perfuração intestinal. A libertação do conteúdo intestinal para dentro da cavidade abdominal causa uma grande dor na zona agora infectada (peritonite), o que requer atenção cirúrgica imediata.
A invasão por parte dos trofozoítos do apêndice e do intestino que o rodeia pode provocar uma forma leve de apendicite. Durante a cirurgia da apendicite podem espalhar-se por todo o abdómen.
Como consequência, a operação poderá ser atrasada de entre 48 a 72 horas com o objetivo de eliminar os trofozoítos mediante um tratamento com fármacos.
No fígado pode formar-se um abcesso cheio de trofozoítos. Os sintomas consistem em dor ou mal--estar na zona que se encontra acima do fígado, febre intermitente, suores, calafrios, náuseas, vómitos, fraqueza, perda de peso e, ocasionalmente, uma ligeira icterícia.
Em certos casos, os trofozoítos disseminam-se através da corrente sanguínea, causando infecção nos pulmões, no cérebro e noutros órgãos.
A pele também é, por vezes, infectada, especialmente em torno das nádegas e nos órgãos genitais, da mesma forma que as feridas causadas por cirurgia ou por lesões.

Diagnóstico

A amebíase diagnostica-se no laboratório examinando as fezes de um indivíduo infectado; para estabelecer o diagnóstico costuma ser necessário analisar entre 3 e 6 amostras.
Para observar o interior do reto e colher uma amostra de tecido de qualquer úlcera que se encontre, pode utilizar-se um retoscópio (tubo flexível de visualização).
Os doentes com um abcesso hepático têm quase sempre no sangue valores elevados de anticorpos contra o parasita.
Contudo, como esses anticorpos podem permanecer na corrente durante meses ou anos, o achado de valores elevados de anticorpos não indica necessariamente que exista um abcesso.
Em consequência, se o médico pensa que se formou um abcesso, pode prescrever um fármaco que elimine as amebas (um amebicida). Se o fármaco resultar eficazmente, dá-se por assente que o diagnóstico de amebíase era correto.

Tratamento

Vários fármacos amebicidas que se ingerem por via oral (como o iodoquinol, a paromomicina e a diloxanida) eliminam os parasitas do intestino.
Para os casos graves e as infecções localizadas fora do intestino administra-se metronidazol ou desidroemetina. Voltam a examinar-se amostras de fezes ao cabo de 1, 3 e 6 meses após o tratamento para assegurar que o doente está curado.
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Além disso, devemos possuir, em nosso ambiente, hábitos de higiene como:

Lavar bem as mãos antes e após as refeições;
Lavar bem frutas e hortaliças e deixá-las de molho em uma solução de água com água sanitária (1 colher de sopa de água sanitária de boa qualidade para cada litro de água);
Ferver (por pelo menos 20 minutos) e filtrar águas de poço ou rios antes de bebê-las;
Evitar o contato direto e indireto com fezes humanas (use luvas!).
No caso de uma infecção já adquirida, existe tratamento eficiente com antibióticos, que custam caro e provocam efeitos colaterais como vertigens ou erupções da pele. Por isso, o melhor mesmo é prevenir a infecção!
Existem também outras amebas que parasitam o homem, mas que convivem normalmente sem causar doença como Endolimax nana e Iodameba butschlii.
Algumas espécies de vida livre podem, eventualmente, ser patogênicas para o homem como as amebas dos gêneros Hartmannella, Acanthameba e Naegleria, produzindo casos de infecção das meninges (meningoencefalite humana) e podendo levar à morte ou produzindo lesões da córnea (camada protetora dos olhos).





sexta-feira, 17 de agosto de 2012

As principais Parasitoses humanas

Conheça hoje quais são as principais Parasitoses Humanas, tema importante para todo aprendizado, além de ser recorrente nos exames de Vestibular. Se você ainda possui dúvidas, estude pelo nosso resumo (com base no material do cursinho Objetivo).
A Seguir há o causador da Doença (Parasita) que pode ser de diversas espécies como vírus, protozoário, bactéria ou vermes por exemplo; há também os Sintomas ou Patogenia, como ocorre a Transmissão (contato direto ou por vetores) e Profilaxia (como evitar o contágio).
Principais Parasitoses Humanas   Patogenia, Transmissão e Profilaxia pesquisa sobre doencas
Leishmaniose Tegumentar ou Úlcera de Bauru – o parasita é um Protozoário flagelado (Leishmania brasiliensis). Causa lesões ulcerosas no rosto, braços e pernas, e necrose de tecidos.
A Transmissão é dada pela picada do mosquito-palha (vetor). A Profilaxia é o combate do agente transmissor.
Malária, Maleita ou Impaludismo – o agente causador é um Protozoário esporozoário (Plasmodium sp). Os sintomas patológicos são acessos febris periódicos que coincidem com a ruptura das hemácias. Em casos graves aparecem calafrios, icterícia, insuficiência renal, alterações na coagulação e coma.
O Vetor de transmissão é a fêmea, infectada, do Mosquito-Prego (Anopheles). Previne-se a Malária pela eliminação do mosquito transmissor.
Principais Parasitoses Humanas   Patogenia, Transmissão e Profilaxia ciclo da malaria
Ciclo da Malária
Amebíase – também causada por Protozoários (Entamoeba histolytica) e o contágio se dá pela ingestão de alimentos contaminado com cistos da ameba.
Na amebíase intestinal ocorre a disenteria amebiana com ou sem sangue. Já na extra intestinal, a ameba invade outros órgãos, principalmente o fígado, pulmões e a pele, determinando processos inflamatórios e necróticos. Medidas como Saneamento básico, com cloração da água e educação sanitária a Amebíase pode ser evitada.
Doença de Chagas – o parasita causador é o Trypanosoma cruzi( Protozoário flagelado) . O tripanossoma aloja-se principalmente no tecido conjuntivo e nas fibras musculares, em especial as cardíacas (miocárdio). Ocasionando lesão do miocárdio, crescimento do coração e alteração do ritmo cardíaco.
O Vetor transmissor é Barbeiros (inseto que pica o rosto). A Profilaxia consiste na eliminação do vetor.
Poliomielite ou Paralisia Infantil – agente causador é um vírus, que transmite a doença pelo contato direto com segreções faríngeas dos infectados.  A Parasitose gera febre, distúrbios gastrointestinais, mal-estar, rigidez cervical podendo ou não causar paralisia. Há vacinas para profilaxia (Salk e Sabin)
Hepatite Infecciosa - o vírus ataca o fígado, gera febre, mal-estar, inapetência, náuseas e dores abdominais. Em decorrência de falhas no fígado ocorre icterícia (pele e olhos amarelados). A Contaminação ocorre com o contato com infectados e por alimentos e objetos contaminados.
Para combater a Hepatite infecciosa é preciso educação sanitária e saneamento básico; esterilização adequada de seringas e uso de agulhas descartáveis.
Teníase ou solitária – o agente patológico é a Taenia saginata e Taenia solium (vermes platielmintes). A presença do verme adulto no intestino produz fome exagerada, falta de apetite, náuseas, vômitos, fadiga, insônia, irritação e fraqueza.
A Transmissão é feita na ingestão de carne de boi (Taenia saginata) e de porco (Taenia solium) contendo larvas de tênia. Para evitá-la é preciso Saneamento básico e educação sanitária, além de cozinha muito bem carnes de boi e porco.
Esquistossomose ou Barriga-D’água – o parasita causador é o Schistosoma mansoni(verme platielminte). A Contaminação ocorre pela penetração ativa de larvas (cercárias) que são eliminadas pelo vetor (caramujo de água – Planorbis e Australorbis).
Provoca dermatite e urticária, durante a migração do verme pelo organismo, a larva pode lesar o pulmão, acarretando bronquite e pneumonia. Já o verme adulto vive nos vasos do sistema porta-hepático, provocando flebite e obstrução de pequenos vasos – produzem lesões no fígado, intestino e baço.
A eliminação do caramujo transmissor é a principal medida de combate a doença, além disso é  essencial saneamento básico e a educação sanitária para evitar a contaminação da água pelos ovos do parasita.
Principais Parasitoses Humanas   Patogenia, Transmissão e Profilaxia Esquistossomose ciclo
Ciclo da Esquistossomose
Ancilostomíase, Amarelão, Opilação ou mal-da-terra – é causada pelo Ancylostoma duodenale e Necator americanus (vermes nematelmintes). Causa anemia intensa, variando a gravidade conforme o grau de infestação, palpitações cardíacas, vertigens e distúrbios gástricos.
O Contágio é pela penetração ativa das larvas através da pele humana. Para evitar a parasitose as medidas são Saneamento básico e educação sanitária; uso de calçados, dado que as larvas penetram principalmente através dos pés.

ciclo evolutivo

CICLO EVOLUTIVO
O homem é habitualmente o hospedeiro definitivo da T. solium, albergando o parasita adulto no intestino; as proglótides repletas de ovos são eliminadas nas fezes . No interior do ovo ou embrióforo encontra-se o embrião hexacanto que, quando ingerido pelo hospedeiro intermediário (porco), é liberado sob a ação do suco gástrico. Aquele, por meio de acúleos, penetra através da mucosa intestinal e, caindo na corrente sanguínea, é levado a diferentes partes do organismo, transformando-se em Cysticercus cellulosae. O cisticerco alojado na carne de porco ingerida crua ou mal cozida, chegando ao intestino do homem, transforma-se em T. solium completando, assim, o ciclo evolutivo natural.
 
 
A contaminação humana com os ovos da T. solium processa-se por autoinfestação em indivíduos portadores de teníase, através de mãos contaminadas (autoinfestação externa) ou por heteroinfestação através de alimentos, particularmente verduras cruas, água e mãos contaminadas. Além da questionada autoinfestação interna, há relatos de meios alternativos de transmissão dos ovos da T. solium como a coprofagia nos psicopatas31, pelo ar17 55, e pela mosca25. Enquanto a cisticercose suína acomete principalmente a musculatura estriada, no homem o sistema nervoso revela-se a localização mais importante por sua freqüência e gravidade. Arseni e Samicta2 observaram que em 90% dos casos a cisticercose era exclusivamente cerebral; freqüências similares foram relatadas por outros autores3 4 12.
Morfologicamente, o cisticerco pode apresentar-se sob duas formas: a cística, vesícula contendo escólex em seu interior, conhecida como Cysticercus cellulosae e, em cachos com numerosas vesículas mas sem o escólex, denominada Cysticercus racemosus (forma racemosa).
 
ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS
Pela estimativa da Organização Mundial da Saúde, 50.000.000 de indivíduos estão infectados pelo complexo teníase/cisticercose e 50.000 morrem a cada ano10.
A neurocisticercose, atualmente, é infreqüente nos países desenvolvidos como Japão, Canadá e na maior parte da Europa Ocidental. Nos Estados Unidos da América era tida como doença rara, mas nas últimas duas décadas tem sido observada com maior freqüência devido ao fator migratório populacional dos países latino-americanos, particularmente do México e da América Central27 36. Na Ásia, a neurocisticercose mostra-se freqüente nas Filipinas, Tailândia, Coréia do Sul e, principalmente, na China e na Índia53.
No continente africano, a incidência varia em relação à população e sua religião, mas é provável que a afecção não esteja sendo devidamente investigada e diagnosticada16 30.
A América Latina sofre intensamente seus malefícios6 37. Schenone et al.37 relataram a existência de neurocisticercose em 18 países latino-americanos, com uma estimativa de 350.000 pacientes.
No Brasil, a neurocisticercose é encontrada com elevada freqüência nos Estados de São Paulo, Minas Gerais, Paraná e Goiás. A prevalência populacional, contudo, não é conhecida pela ausência de notificação da doença.
A neurocisticercose mostra-se endêmica na região de Ribeirão Preto-SP, sendo responsável por 7,5% das internações na enfermaria de Neurologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto - USP47. Em 1996, Takayanagui et al45 constataram que a doença não estava controlada pois 21% dos casos notificados47 apresentavam a forma ativa, isto é, cisticercos vivos no parênquima cerebral39. Como os cisticercos sobrevivem por um período de 3 a 6 anos, estes dados permitem supor que o processo de transmissão dos ovos da Taenia solium esteja presente. Devemos reconhecer, contudo, a total inexistência de programas de controle da cisticercose, ignorando-se os reais motivos pela elevada endemicidade do agravo em nosso meio.
 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
As manifestações clínicas da neurocisticercose estão na dependência de vários fatores: tipo morfológico (Cysticercus cellulosae ou Cysticercus racemosus), número, localização e fase de desenvolvimento do parasita, além das reações imunológicas locais e à distância do hospedeiro. Da conjunção destes vários fatores resulta quadro pleomórfico, com uma multiplicidade de sinais e sintomas neurológicos5 31 42 43 inexistindo quadro patognomônico.
As classificações da neurocisticercose são múltiplas, variando de acordo com critérios topográficos, clínicos e laboratoriais. Consubstanciados nos achados anatomopatológicos, Trelles e Lazarte52 subdividiram as manifestações clínicas em 4 formas: epiléptica, hipertensiva, psíquica e apoplética. O advento da tomografia computadorizada (TC) e a correlação de seus achados com os aspectos clínicos e do líquido cefalorraquiano (LCR) permitiram a elaboração da classificação de Sotelo et al39, de acordo com a vitalidade dos cisticercos, nas formas ativa e inativa. A forma transicional, descrita mais recentemente8 24, ocorre quando o cisticerco entra num curso degenerativo associado a inflamação e edema perivesicular que pode ser visto como lesões nodulares com reforço na fase contrastada da TC ou na Ressonância Nuclear Magnética.
 

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Parasitoses Humanas

As Principais Parasitoses Humanas



Parasitose
Parasita
Patogenia
Transmissão
Profilaxia

Aids
(Síndrome da Imunodeficiência Adquirida)
HIV
(vírus)
O vírus invade e destrói os linfócitos, causando deficiências no sistema imunológico. O organismo do afetado fica vulnerável a infecções oportunistas, como a pneumonia, tuberculose e outras. Desenvolvimento do sarcoma de Kaposi, uma neoplasia.
Relações sexuais; agulhas, seringas e material cirúrgico contaminados com sangue e secreções; transfusões de sangue; de mãe para filho, através da placenta.
Uso de camisinha nas relações sexuais; emprego de seringas descartáveis; completa esterilização do material cirúrgico; controle adequado nas transfusões de sangue.

Amebíase
Entamoeba histolytica
(protozoário amebiano)
Na amebíase intestinal, ocorre a disenteria amebiana com ou sem sangue. Na extra-intestinal, a ameba invade outros órgãos, principalmente o fígado, os pulmões e a pele, determinando processos inflamatórios e necróticos.
Feita pela ingestão de alimento contaminado com cistos da ameba.
Saneamento básico, com a cloração da água; educação sanitária.

Ancilostomíase,
Amarelão, Opilação ou mal-da-terra
Ancylostoma duodenale
e Necator americanus
(vermes nematelmintes)
Produz no homem anemia intensa, variando a gravidade conforme o grau de infestação,
palpitações cardíacas, vertigens e distúrbios gástricos.
Penetração ativa das larvas através da pele humana.
Saneamento básico e educação sanitária; uso de calçados, dado que as larvas penetram principalmente através dos pés.

Ascaridíase
Ascaris lumbricoides
(verme nematelminte)
A migração das larvas através do pulmão determina processos inflamatórios com sintomas de irritação brônquica. Já os vermes adultos, localizados no intestino, produzem cólicas abdominais, náuseas e irritação do sistema nervoso.
Ingestão de água ou alimento contaminados com os ovos do parasita.
Saneamento básico e educação sanitária, impedindo a contaminação com os ovos provenientes das fezes do indivíduo infectado.

Botulismo
Clostridium botulinum
(bactéria)
Distúrbios visuais, incapacidade de deglutir e dificuldades para falar. Provoca a morte por paralisia respiratória ou parada cardíaca.
Ingestão de alimentos condimentados, defumados, embalados a vácuo, ou enlatados, contaminados por esporos da bactéria.
Ferver alimentos enlatados ou em conserva, durante 20 minutos, antes do consumo.

Caxumba ou
Parotidite
(vírus)
Caracteriza-se por febre e tumefação de uma ou mais glândulas salivares, em geral as parótidas.
Gotículas de saliva eliminadas pelo infectado.
Vacina tríplice.

Cisticercose
Taenia solium
(verme platielminte)
É determinada pela localização da larva, chamada cisticerco, no organismo humano.
No tecido subcutâneo e na musculatura, produz dores e fraqueza muscular; nos olhos acarreta cegueira e no cérebro causa epilepsia e até loucura.
A auto-infestação acontece quando há ruptura de anéis da tênia, no intestino humano, libertando o embrião. A hetero-infestação se dá pela ingestão de água, hortaliças ou frutos contaminados por ovos.
Saneamento básico e educação sanitária;
ingestão de carne de porco bem cozida.

Coqueluche
ou tosse comprida
Bordetella pertussis
(bactéria)
(bactéria) Tosse irritante que dura de 1 a 2 meses, cujos acessos são sucessivos e violentos.
Contato com as secreções das mucosas da laringe ou dos brônquios do indivíduo infectado.
Vacina tríplice.

Dengue
ou febre quebra-ossos
(vírus)
Febre, dores musculares e erupção cutânea.
O agente transmissor é o mosquito Aedes aegypti.
Extermínio do mosquito transmissor.

Difteria ou Crupe
Corynebacterium diphteriae
ou
bacilo de Klebs-loeffler
(bactéria)
A doença se manifesta com febre alta, pontos brancos nas amígdalas, mal-estar, rouquidão e dificuldades para engolir. Pode ocorrer obstrução respiratória, que chega a ser aliviada por intubação e
Feita pelo doente, por secreções do nariz e da garganta ou objetos contaminados.
Vacina tríplice.

Doença de Chagas
ou Tripanossomíase Americana
Trypanosoma cruzi
(protozoário flagelado)
O tripanossomo localiza-se principalmente no tecido conjuntivo e nas fibras musculares, em especial as cardíacas (miocárdio). Ocorre lesão do miocárdio, com crescimento do coração e alteração do ritmo cardíaco, podendo ser fatal.
Os vetores são os insetos vulgarmente chamados de barbeiros (por picarem o rosto), pertencentes aos gêneros Triatoma, Rhodnius e Panstrogylus, e à ordem dos
Extermínio dos vetores.

Elefantíase
ou Filariose
Wuchereria bancrofti
(verme nematelminte)
Produz a filariose, caracterizada por perturbações do sistema linfático, sendo mais típica a elefantíase, isto é, a hipertrofia de certos órgãos. A elefantíase localiza-se mais comumente nos membros inferiores. No homem, pode atingir o escroto e, na mulher, os seios.
Quando os mosquitos infectados picam o homem, transmitem as larvas infestantes que atingem os vasos linfáticos, onde se tornam sexualmente maduros.
São transmissores numerosos mosquitos do gêneros Culex, Aedes, Anopheles e Stegomyia.
No Brasil, o principal transmissor é o Culex fatigaus.
Eliminação dos transmissores.

Esquistossomose
ou Barriga-D'água
Schistosoma mansoni
(verme platielminte)
mansoni
(verme platielminte) A penetração das larvas na pele pode provocar dermatite e urticária. Durante a migração pelo organismo, a larva pode lesar o pulmão, acarretando bronquite e pneumonia.
O verme adulto vive nos vasos do sistema porta-hepático, provocando flebite e obstrução de pequenos vasos. Os produtos da excreção produzem lesões no fígado, intestino e baço.
Feita pela penetração ativa de larvas, denominadas cercárias, eliminadas pelo vetor, o caramujo de água doce pertencente aos gêneros Planorbis e Australorbis.
Eliminação do caramujo transmissor. É fundamental o saneamento básico e a educação sanitária para evitar a contaminação da água pelos ovos do parasita.

Febre amarela
(vírus)
Provoca febre, cefaléia e calafrios seguidos por náuseas e vômitos.
Nos casos graves e até fatais, surgem proteinúria (proteínas na urina), icterícia e vômitos-negros (devido à hemorragia).
Transmitida pela picada dos mosquitos da espécie Aedes
Vacinação e eliminação dos mosquitos transmissores.

Gonorréia
ou Blenorragia
Neisseria gonorrhoeae
(bactéria)
Nos homens, provoca uretrite com micção dolorosa e eliminação de pus. Nas mulheres, afeta uretra e vagina, originando um corrimento purulento.
A mulher infectada pode dar à luz crianças que tenham os olhos afetados, podendo até ficar cegas.
Ocorre pelo contato sexual (doença sexualmente transmissível).
Educação sexual, uso de camisinha e tratamento dos infectados.

Gripe
(vírus)
Calafrios, cefaléia, febre alta, mialgia, tosse seca, mal-estar e anorexia.
Propagação de pessoa para pessoa por meio de gotículas de saliva levadas pelo ar ou contato com mãos e superfícies contaminadas.
Atualmente existem vacinas.

Hanseníase
ou lepra
Mycobacterium leprae
(bactéria conhecida como bacilo de Hansen)
Existem dois tipos de lepra: lepromatose e tuberculóide.
Na primeira, aparecem lesões cutâneas difusas e invasão das mucosas, que podem ulcerar-se. Na tuberculóide, as lesões cutâneas são delimitadas e há comprometimento dos nervos.
Penetração da bactéria através da pele ou de mucosas, principalmente a nasal.
Tratamento dos infectados.

Hepatite Infecciosa
(vírus)
O vírus ataca o fígado e, inicialmente, produz febre, mal-estar, inapetência, náuseas e dores abdominais. O mau funcionamento do fígado provoca icterícia (pele e olhos amarelados).
Contato com infectados e por alimentos e objetos contaminados.
Educação sanitária e saneamento básico; esterilização adequada de seringas e uso de agulhas descartáveis.

Leishmaniose
tegumentar
ou
Ú lcera de bauru
Leishmania brasiliensis
(protozoário flagelado)
Formação de lesões ulcerosas no rosto, braços e pernas. Necrose de tecidos.
Picada do mosquito-palha (Phlebotomus)
Combate ao agente transmissor.

Malária,
maleita ou
impaludismo
Plasmodium sp
(protozoário esporozoário)
Os principais sintomas são os acessos febris periódicos que coincidem com a ruptura das hemácias parasitadas. Na forma maligna, aparecem calafrios, icterícia, insuficiência renal, alterações na coagulação e coma.
Picada da fêmea infectada do mosquito-prego (Anopheles).
Eliminação do mosquito transmissor.

Meningite
Neisseria meningitides
(bactéria)
Inflamação das meninges, o que acarreta febre alta, dor de cabeça, rigidez na nuca, vômitos em jato, além de pequenas manchas vermelhas na pele.
Feita pelas vias respiratórias, quando o infectado fala, tosse ou beija.
Existem vacinas específicas.

Poliomielite
ou
paralisia infantil
(vírus)
Febre, distúrbios gastrintestinais, mal-estar e rigidez cervical, podendo ocorrer ou não paralisia.
Contato direto com secreções faríngeas dos infectados.
Vacinas Salk e Sabin.
Raiva
ou hidrofobia
(vírus)
O vírus ataca o sistema nervoso. O espasmo dos músculos da deglutição faz com que o afetado tenha medo de água (hidrofobia). A seguir, ocorrem o delírio e as convulsões; a morte é provocada pela paralisia dos músculos respiratórios.
Introdução da saliva de animal raivoso (cão e gato) através de mordedura ou pequenos ferimentos.
Vacinação.

Sarampo
(vírus)
Começa com febre, tosse seca e secreção catarral. Depois surge o exantema, caracterizado por manchas vermelhas na pele. Pode matar, devido a complicações como a pneumonia.
Gotículas de saliva ou muco dos infectados.
Vacinação.

Sífilis
Treponema pallidum
(bactéria)
No local da penetração da bactéria, aparece o cancro duro, pequena ulceração com endurecimento em torno. Após alguns meses, surgem manchas avermelhadas no corpo e lesões na boca.
Ato sexual ou secreções eliminadas das lesões do infectado.
Uso de camisinha e educação sexual, evitando principalmente a promiscuidade.

Teníase
ou solitária
Taenia saginata
e
Taenia solium
(vermes platielmintes)
A presença do verme adulto no intestino produz bulimia (fome exagerada), anorexia (falta de apetite), náuseas, vômitos, fadiga, insônia, irritação e fraqueza.
Ingestão de carne de boi (Taenia saginata) e de porco (Taenia solium) contendo larvas de tênia.
Saneamento básico e educação sanitária.
Ingestão de carnes de boi e porco bem cozidas.

Tétano
Clostridium tetani
(bactéria)
A doença se manifesta por contrações musculares dolorosas que se estendem pelo corpo. Pode ser letal.
Vacina tríplice.
A bactéria produz esporos que penetram na pele através de ferimentos.

Tifo
ou
febre tifóide
Salmonella Typhi
(bactéria)
Febre contínua, mal-estar, pulsação lenta, dores musculares e inapetência.
Provoca manchas vermelhas na pele e diarréia.
Contato direto ou indireto com urina ou fezes do paciente infectado.
Purificação e cloração da água, além do saneamento básico.
Existe vacina.

Tuberculose
Mycobacterium tuberculosis
ou bacilo de Koch
(bactéria)
Tosse, cansaço, inapetência, perda de peso, febre, dores no tórax, sudorese e eliminação de sangue pelas vias aéreas respiratórias.
Eliminação de bacilos pelo infectado.
Vacina BCG (Bacilo Calmette - Guérin).





Varíola
(vírus)
Começa com febre, mal-estar, dores de cabeça e do abdômen. Com a queda da temperatura, surgem erupções generalizadas. Formam-se pústulas, que depois secam e se destacam.
Secreções das vias respiratórias e lesões da pele dos infectados.
Vacinação.


Parasitologia


                   O que é parasitologia 
A parasitologia é uma ciência, da área de saúde, auxiliar da medicina e veterinária. Esta ciência atua no estudo dos parasitas invertebrados, protozoários e algumas espécies de parasitas vertebrados.

Esta ciência tem como objetivos principais:

- Tratar dos sintomas provocados por parasitas;
- Desenvolver tratamentos contra os parasitas;
- Identificar os processos de desenvolvimento de epidemias parasitárias;
- Criar métodos de profilaxia das doenças causadas pelos parasitas em seres humanos e animais.

Os especialistas em parasitologia precisam conhecer muito bem o ciclo de vida dos parasitas, as formas de infestação e os fatores que influenciam na distribuição e densidade dos parasitas.

Esta ciência é muito importante, pois muitos parasitas podem provocar doenças complicadas, levando o indivíduo afetado, se não tratado adequadamente, à morte.
Principais doenças provocadas por parasitas (parasitoses): 


- Amebíase
- Leishmaniose
- Giardíase
- Tricomoníase
- Malária
- Toxoplasmose
- Esquistossomose
- Teniase
- Cisticercose
- Enterobiose
- Filariose
- Ancilostomose
- Ascaridíase